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sexta-feira, 4 de junho de 2010

[Nossos Poetas] Lourdes Neves Cúrcio

APENAS UM SONETO

Eu pensei em demonstrar o meu amor
Exprimi-lo nas estrofes de um poema
Transmiti-lo com eloquência e ardor
Permitir que a emoção fosse seu tema.
Eu pensei em expressar meu sentimento
Na cadência das sílabas em simetria
Flutuar por seus sonhos e pensamentos
Nas asas imaginárias da poesia.
Vi, porém, que o meu amor vai muito além
Dos quartetos e tercetos de um soneto
Tamanha a grandiosidade que ele tem!
Amor imenso como o meu não caberia
Na extensão de um só texto em verso ou prosa,
Pois descrevê-lo inteiro eu não conseguiria.
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ESSES SEUS OLHOS

I
Esses seus olhos portadores de encanto
Que eu reconheço mesmo em plena multidão
Explicam toda a existência do meu pranto
E destes versos dolentes são a razão

II
Olhos profundos, belos e enternecedores
Cuja presença em minha insônia é constante
Venham servir de alívio para as minhas dores
A fim de que eu seja feliz por um instante

III
Olhos matreiros envolvidos em mistério
Tu bem conheces os meus sonhos mais latentes
Mas preferes nunca me levar a sério
Deixando em mim uma lágrima intermitente

IV
Desde o dia em que esses olhos prazenteiros
Cruzaram, por acaso, o meu caminho
Meu coração ora é insolente, ora é fagueiro
Acostumou-se a viver em desalinho

V
O que estava ao meu alcance eu quis fazer
Para afastar de mim esses olhos fugazes
Nos quais por um momento eu cheguei a crer
Mas percebi que eles são por si falazes

VI
Embora sejam sinal de aleivosia
Esses seus olhos causam-me embevecimento
Por isso mesmo eu me perco em sua magia
E eles vão brincando com o meu sentimento

VII
Todas as vezes que esses olhos mutantes
Vão se achegando para bem junto dos meus
Viajo rumo a um cenário alucinante
E me esqueço sempre de dizer adeus

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